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Carlos Balthazar Summ
A diversificação de investimentos sempre foi um dos pilares de qualquer estratégia bem sucedida. Investir em diferentes ativos é equivalente à famosa frase de “não colocar todos os ovos na mesma cesta”. Nesse sentido, uma ótima opção de composição dos ativos imobiliários de uma carteira são os imóveis no exterior.
A recente pandemia gerada pelo Coronavírus demonstrou um comportamento totalmente diferente dos ativos em várias partes do mundo, reforçando mais uma vez a necessidade da diversificação de ativos e países. Investidores que já estavam posicionados antes da deflagração do surto puderam valer-se da vantagem competitiva destes investimentos em mais de um país. Isso poderia não ocorrer em aplicações concentradas em uma única nação estrangeira. Esta estratégia requer uma análise bastante cuidadosa sobre a alocação nesses ativos.
Mas quais fatores analisar para tomar a melhor decisão? Lendo este artigo, você descobrirá diferentes modalidades de aplicação. Para esta análise, partimos sempre do pressuposto de que o investidor já possui conta ou empresa constituída com recursos disponíveis no exterior. Essas informações e muito mais estará ao seu alcance quando terminar a presente leitura. Confira!
Quais as modalidades de investimento em imóveis no exterior?
Várias são as possibilidades para investir em propriedades num país estrangeiro. Essas opções vão desde a compra direta do bem, participação em uma empresa que detenha o imóvel, compra de cotas de fundo que detenha participação em empresas com ativos imobiliários até investimentos via REIT (Real Estate Investment Trust) – equivalente aos nossos Fundos Imobiliários. Nessa modalidade, o investidor recebe entre 85% e 100% da renda auferida, que pode até ser isento de IR, dependendo do país ou da legislação que foi utilizada para se estruturar os investimentos.
Além do tipo de operação a ser escolhida, o objetivo deve estar bem definido também. Pode-se investir com interesse em uma renda recorrente (com aluguéis auferidos em imóveis residenciais, comerciais ou industriais) que pode ser somada à valorização imobiliária em um determinado prazo, ou ainda investir em um projeto de desenvolvimento/incorporação de um imóvel para venda quando estiver construído, onde ocorrerá o ganho de capital definido inicialmente.
Quais os países mais procurados?
Como grandes destaques, temos EUA e Portugal como destinos preferidos dos brasileiros. Nos EUA, destacam-se os principais mercados para investimentos imobiliários Nova Iorque e os estados da Califórnia, divididos entre São Francisco e Los Angeles, e Flórida (cuja capital não é Miami, tampouco Orlando e sim Tallahassee, localizada no noroeste do estado, próxima à divisa com o estado da Geórgia). Este último tem especial atratividade.
Além dos brasileiros já possuírem conhecimento da área e casas na região, o Estado da Flórida possui população de mais de 21 milhões de habitantes, PIB de quase 1 trilhão de dólares (2019) e limitação de espaços para construções, o que nos traduz como oportunidade para investimentos. As principais cidades para tal são Miami, Orlando, Tampa e S. Petesburgo, além de Jacksonville. Apenas como comparação, Orlando recebe anualmente 60 milhões de turistas, número dez vezes maior do que o recebido pelo Brasil na copa de 2014.
Alguns países da Europa também apresentam oportunidades interessantes . Portugal oferece condições especiais para quem deseja investir no país. Devido à relação de colonização luso-brasileira, já são previstos tipos especiais de aplicações. Um exemplo é o “Golden Visa” ou Visto Dourado, que proporciona a livre circulação pela Europa de pessoas que investirem em imóveis com mais de 30 anos e valor a partir de 350 mil euros. Políticas desse tipo fizeram com que em maio de 2019 o país português representasse uma parcela de 17% dos investimentos brasileiros totais no exterior, segundo reportagem do “Estadão”.
Como realizar uma operação de modo seguro?
Esse talvez seja o ponto mais importante dessa discussão. Com a crescente demanda por imóveis nos EUA desde o crash imobiliário de 2008, surgem estruturas para investimentos mal feitas que poderão acarretar em penalidades e multas por parte do IRS – Receita Federal americana . Então, é de suma importância optar por empresas de investimento que já possuam reconhecimento no mercado, além de parceiros ou sócios naqueles países que tenham expertise e o reconhecimento local.
Outro fator importantíssimo é a escolha do país que receberá seus investimentos. Economias mais maduras sempre são as melhores opções. Países instáveis não oferecem boas garantias de retorno dos investimentos, enquanto economias sólidas podem proporcionar ganhos constantes ao longo dos anos.
Por fim, mas não menos importante, é imprescindível atentar em como fazer a declaração do imposto de renda sobre esses ativos nestes países. Como já dito, as regras são bastante rígidas e trazem pesadas penalidades para quaisquer inobservâncias quanto às leis vigentes. Vale a pena fazer tudo dentro dos conformes e não deixar nenhum detalhe passar batido.
Diversificar as aplicações é uma mitigação de risco e a forma adequada para se ter uma carteira de investimentos equilibrada. Não é recomendado que todas as suas economias se concentrem em um único tipo de ativo, ainda que pulverizadas. Assim, os imóveis no exterior aparecem como ótima pedida para diversificação. Tome o cuidado apenas de escolher um bom assessor de investimentos e opte por um mercado imobiliário já amadurecido. Assim, as chances de sucesso são maiores!
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